28 de mai. de 2011

Inicio da Caminhada em Foncebadón

 

5º Dia de Caminhada - De Samos a Portomarín 33 Km

A cama do albergue junto ao mosteiro era muito ruim. Isso foi bom por outro lado, porque acordei às 5h30min, finalmente. Creio que ainda nao comentei que no 1º dia de Caminhada, eu estava com o fuso todo trocado, entao ouvi alguém indo ao banheiro às 4h da manha e me levantei achando que era o horário que estava todo mundo levantando. Bom, eu simplesmente puxei o bonde, porque quando um começa a arrumar a mochila, as pessoas se acordam e começam a levantar e assim sucessivamente. Às 5h45 quando a Silvia acordou nao viu mais ninguém no quarto e eu estava lá fora, pronta para partir. Foi o meu recorde, nem no 5º dia recuperado.
 
Hoje resolvemos dar mais uma puxada, queremos tentar chegar a Santiago dia 01.05 para ficar lá até 02.05 e depois 03.05 tenho compromisso em Paris. O caminho recomendado é entre 22 a 30 km/ dia, mas claro que cada um vai como pode ou quer. Na verdade, ter uma data marcada para chegar nao é o recomendado, mas nao fosse assim muitas pessoas nao conseguiriam fazer.  Inclusive minha mae queria muito fazer o caminho. Eu recomendo, pois a idade padrao aqui é 65 anos. As pessoas mais preocupadas, podem começar de Sarria (aprox. 100 km) que é de onde partem muitas pessoas que querem ter um gostinho, sem fazer todo o trecho e ainda levar de lembrança um certificado do peregrino da Igreja de Compostela (para isso, o mínimo a ser percorrido a pé é 100 km, com dois carimbos por dia no passaporte do peregrino - carimbam nas igrejas e albergues). Quem nao conseguir carregar suas próprias mochilas existem transportes de táxi ou carros especializados que cobram em torno de 3 euros, variável conforme distância. É tentador, mas estou tentando levar a minha carga.
 
Outra vez, hoje foi um dia lindo e conseguimos cumprir nosso objetivo. De manha estava fresco e com uma névoa. Brincamos que parecia cenário de "O Senhor dos Anéis". Falei que pediria ao universo para ver um unicórnio branco. Ok, o máximo que ele conseguiu me enviar foi um singelo, mas lindo cavalo branco, pastando no campo. Portomarín é uma cidadezinha linda à beira de um rio, que é onde fica o albergue privado onde estamos. Ao chegar uma péssima descoberta, a minha unha do dedao quer mostrar toda a sua independência e creio que está necrosando e existe uma outra unha do pé se revoltando. Argh! Buenas, se perder as unhas do pé for o preço a pagar pelo meu lugarzinho no céu está barato. Ultreya! (Sim, a gente vai ficando meio louquinho aqui). Agora que está escurecendo e sao 21h11min aqui. Daqui a pouco as luzes apagam e vamos dormir. Amanha será um novo dia.

 

4º Dia de Caminhada - de Cebreiro a Samos - 32 km

Cama macia, limpinha, lençois cheirosos = acordamos tarde de novo. Saimos correndo às 8h. Nosso objetivo percorrer cerca de 32 km. Samos nao está no roteiro tradicional do peregrino, mas realmente valeu a pena, pois é onde está um dos mosteiros mais antigos e maiores da Europa. O caminho até lá foi entre estradas, trilhas de terra, mas sempre cercada por montes e um campo verdejante (estamos na primavera aqui), flores, borboletas. Em algum momento, jurei que poderia ver o touro Ferdinando que era muito bonzinho e gostava de ficar sentado no monte verde, cercado de flores, cheirando o perfume delas (alguém ainda lembra deste desenho da Hannah Barbera)? Buenas como nem tudo sao exatamente flores, pelo caminho, também muito cheiro forte de esterco e outros objetos nao-identificados. Também detectei que a unha do meu dedao está ficando estranhamente azulada. Além de muita, muita dor. Hora de meditar Ommmmmh.

 

Linguagem

A língua que mais se ouve por aqui é, obviamente, o espanhol. Ressalva ao português, quando passei nas terras de lá (Portugal) e na Galícia, onde falam também o galego, que é mais ou menos uma mistura de português com espanhol? Mas isso nao restringe nenhuma comunicaçao. As pessoas falam em inglês, francês, italiano e, em mímica, sempre que necessário. Isso gera algumas situaçoes engraçadas. Eu começo uma frase em inglês e, ao citar Camiño de Santiago, a continuaçao da frase segue em espanhol. Imagina quando eu chegar na França e for tentar puxar o meu francês intermediário? Também já soltei frases como: "Would you like some kidnaps (Você gostaria de sequestros, em vez de guardanapos)?" ou "Have you heard about a flood where a lot of spys  went to the threes?" (Você ouviu falar sobre a enchente que fez muitos espioes, em vez de spiders - aranhas, subirem nas árvores), Outra pessoa também disse: I like to eat "mochilas" a lot (eu gosto de comer mochilas, em vez de morcilas). Ou seja, aos tropeçoes, mas sem medo, vamos nos comunicando.
 
Uma regra também de todo o caminhante e da populaçao local desejar boa viagem ao peregrino: "Bon Camino" ou "Ultreya" que, em galego, quer dizer algo como "em frente". É muito bom ter todo este apoio.

 

3º Dia de Caminhada - Villafranca del Bierzo ao Cebreiro

Um dos pontos mais altos da Caminhada de Santiago, a chegada ao Cebreiro foi bastante difícil. Apesar de dormirmos às 22h (17h no Brasil) acordamos tarde para o padrao (este teclado nao tem til) peregrino: 7 horas da manha (2 horas da manha no Brasil). Isso significa que começamos a caminhada às 8h. Ou seja, chegaríamos em torno das 14h no pé do morro e faríamos toda a subida de quase 3h em pleno sol (tem anoitecido aqui 21h30min). Dito e feito, chegamos quase 17h no topo do morro e nao existia mais lugares no albergue (o recomendado é chegar até às 14h em cada cidade para ainda conseguir lugar no albergue municipal (de donativos) que é onde todos tentam ficar.
 
Tenho que dizer que valeu a pena, pois a vista é fenomenal. Sabem aqueles filmes com pessoas correndo no campo, com margaridas e capim alto se movendo conforme o vento, com árvores fazendo sombras, caminho de pedra, morros ao longe, sol, céu azulado, chegando no paraíso? É lá. E no final, ainda atravessamos uma nuvem, ficando um clima de neblina, sonho.
 
De qualquer maneira, como nao conseguimos o albergue, tivemos que ficar em um "hostal" bem mais caro (50 euros o quarto), mas também uma noite sem a orquestra de roncos e um lindo e limpo banheiro só para ti, tem o seu valor. Buenas, nem preciso dizer que aqui aprendemos a valorizar coisas simples da nossa vida.
 
O Cebreiro merece outro comentário à parte, todas as casas sao construidas com pedras, parece uma autêntica aldeia gaulesa (nao mais na França, mas em plena Galícia). Pensei que veria Asterix, Obelix, Ideafix e um javali.
 
 

25 de mai. de 2011

Alimentação

A cada parada, se come um pouco ou muito. Afinal o peregrino precisa se alimentar bem, para ter forças para seguir no caminho. Muitas pessoas falam que engordam e não emagrecem, no caminho. agora entendo o porque. Brincamos sobre ter o café-da-manhã 1, café-da-manhã 2, almoço 1, almoço 2, lanche 1, lanche 2, janta 1, janta 2. Ou seja, fome não estou passando por aqui. O menu do peregrino ainda não provei, mas a Silvia explicou que é um prato inicial com salada ou sopa, depois o prato principal com massa, carne ou algo bem substancial, com vinho ou água e terminando com uma sobremesa.
 
George comprou pão, salame, queijo e tomate. Nós dividimos as despesas e ele preparou o sanduiche para todos. Durante todo o caminho, existem fontes para reabastecer o cantil de água. E a água da torneira é considerada potável. Pedro, acredite, estou tomando água da torneira (o que não costumo fazer nem em Porto Alegre, apesar de saber da qualidade do nosso sistema de água). Marinella, hoje comentamos que tu conseguirias fazer tranquilamente o caminho conosco, com a preparação física das maratonas que tens. O problema seria o peso da mochila mesmo. Durante todo o caminho existem indicações com flechas amarelas e conchas, ou seja, perdida não ficarias. Antes que me xingues, já te explico que é um alívio para mim também.

Albergue Ave Fenix

 

Estamos no lendário Albergue Ave Fenix, da conhecida família Jato (por onde passaram diversos peregrinos famosos - sim, ele também, Paulo Coelho). Eu estava na rua exausta, apoiada no cajado, esperando a Silvia avaliar o local, quando subindo a ladeira, apareceu o próprio Jato, me convidando a entrar. Em seguida, volta a Silvia dando o aval. Entramos. Após o ritual do banho (desta vez em banheiro só para mulheres), da lavagem das roupas (como não se carrega muito peso, é normal lavar as roupas todos os dias - imprescindível levar vários prendedores de roupas), vamos a Igreja de estilo Românica ao lado do albergue, conhecida como a Igreja Santiago, que era onde os antigos peregrinos que não conseguissem chegar a Santiago, tinham seus pecados perdoados. Uma igreja de pedra, simples, um bom lugar para se reenergizar. Agradeci, pedi ajuda aos que necessitam, pelos que me cercam, e que eu tenha clareza e força para entender e superar meus desafios. Agora tivemos  a agradável "cena" com todos.

2º Dia de Caminhada - de Ponferrada a Villafranca del Bierzo

As pessoas começam a levantar às 5h da manhã. O pretexto é sair cedo e pegar uma temperatura mais fresca e chegar ao destino em torno das 2h da tarde, se possível antes. É um tal de barulho de plástico e mochilas sendo organizadas, que não consegues dormir muito mais que isso. A temperatura nesta época do ano é a ideal para a caminhada. De manhã em torno dos 17 graus. De tarde vai a 27, 30 graus. De noite refresca um pouco, mas até o momento não baixou de 10 graus. Hoje foi muito difícil para mim, apesar do trecho ser relativamente curto, de aprox. 23 km. Meu 2º dia de caminhada, o corpo completamente doido, não conseguia nem alongar. Eu não queria atrasar a Silvia e o George (da Escócia) que fez uma parte do trecho conosco com a minha lentidão. O recomendado é parar a cada 2 horas. Mas a cada recomeço era um martírio para mim. Em um dado momento, eu pensei: o que eu estou fazendo aqui, sofrendo tanto? Pq? Será que chegarei ao final? Talvez pela exaustão física, em um dado momento não estava conseguindo respirar direito, foi como se alguém respondesse na minha cabeça: esta etapa do caminho é como um renascimento. A criança também sofre ao nascer. Teu corpo não está habituado e este tem que se acostumar ao processo. É difícil para todos e passamos por muitas dores até aprendermos a respirar, a andar, a viver. É normal estar cheia de medos neste momento e duvidar do nosso potencial. Silvia e George foram muito atentos e me ofereceram apoio moral. Chegamos em Villafranca del Bierzo.

 

Albergues

No Caminho, ficamos em Albergues. Se são do município, dás um donativo e não pagas para ficar. Muitas vezes são acomodações muito simples, mas com água quente e beliches com colchão. Os quartos muitas vezes são unissex. O banheiro que citei anteriormente na verdade era assim também. É recomendado trazer o saco de dormir (existem opções na Europa muito mais leves e baratas que no Brasil) para colocar sobre a cama. Uma das melhores partes deste sistema, é encontrar as pessoas de todas as nacionalidades no jantar para conversar sobre a vida, o caminho, as dificuldades. Uma das partes mais difíceis é a sinfonia de roncos que ouvimos todas as noites. Muitas vezes nos impedem de dormir. Como eu perdi meu protetor de ouvido, a Silvia caridosamente me cedeu um extra que tinha. Claro que podes optar por hotéis e albergues privados, mas não é típico do peregrino.

Continuação Foncebadón - Ponferrada

Continuando.... Hoje, os peregrinos trazem pedras de todos os lugares, algumas vezes de seus países de origem e deixam no monte de pedra, onde está fincada uma simples cruz de ferro. Estas pedras representam os pecados ou o peso que querem deixar ali. Um lugar antigo, cheio de significados, mas quem não conhece um pouco da história do caminho, poderia passar sem notar nada de diferente.

Foncebadón - Ponferrada

 

Foncebadón foi uma vila construída para receber os peregrinos de Santiago. Após muitos anos ficou abandonada. uma cidade-fantasma, com cachorros raivosos, sendo considerada uma etapa difícil a ser vencida, como citado no livro "O Caminho de Santiago" de Sérgio Reis. Agora foi resgatada, mas continua uma vila de uma única rua, com poucas casas de pedra, no meio  do nada (por isso foi tão difícil chegar).

 

Na saída de Foncebadón, passamos pela Cruz de Fierro que está ali desde o temo dos romanos (que levavam pedras e colocavam ali em homenagem  aos Deuses dos Caminhantes)

1º Dia da Caminhada - de Foncebadón a Ponferrada

O percurso que eu tinha feito no dia anterior de van/ ônibus e depois de táxi agora eu estava fazendo a pé. Deixamos uma pedra na Cruz de Fierro e desejei tudo de bom para as pessoas que me cercam e que amo muito, e uma reza especial a todos que mandaram mensagens para eu levar para Santiago de Compostela e para todos que me auxiliaram com dicas e emprestando cajado, saco de dormir, remédios, está tudo sendo muito útil. O dia estava lindo, o céu azul e as montanhas verdes. Foi bastante especial. Saldo positivo, sem bolhas. Saldo negativo, dor desde a unha do pé até a cabeça. Mesmo fazendo caminhadas e academia, meu corpo não estava preparado para o impacto do primeiro dia de caminhada, quase 30 km, com uma mochila de 8kg nas costas. Saldo divertido, foi eu entrar no banheiro, tomar banho e de repente ouvir nos chuveiros do lado, vozes de homens. Aiii, pensei, entrei no banheiro errado. Esperei as vozes pararem e sai correndo

 

Encontro com a Silvia

Em Foncebadón finalmente nos vimos. No final, o encontro marcado talvez tal dia, talvez tal hora, talvez tal lugar deu certo. Inclusive eu estava caminhando pela rua indo buscar uma internet e encontrei a Silvia chegando, parecia aquelas coincidências que só acontecem nos filmes e não acreditamos que possam ocorrer na vida real.

 

23 de mai. de 2011

Trens - a novidade

Saio correndo e páro desconsolada, vendo a porta do trem se fechar na minha frente. Quantas horas, quantos euros perdidos. Para onde vou agora? São alguns dos pensamentos que me ocorrem neste momento. Até que um senhor assoviando aperta um botão e a porta se abre novamente, para o meu espanto. Uma novidade, para mim, pelo menos: os botões de abrir e fechar portas, deixando o usuário mais independente.

Meios de Transporte

Do aeroporto - Trindade (estação de trens) - metro
De Porto até Valença - trem (Renfe) - tem praias perto de Valença, em Caminha
De Valença até Guillarey (última cidade de Portugal na fronteira com Espanha) - táxi
De Guillarei até Vigo (primeira cidade da Espanha na fronteira, um rio separa as cidades) - trem
De Vigo até Ponferrada - trem
De Ponferrada até Molinaseca - ônibus
De Molina até Foncebadón - táxi

Ufa!

Contato

Difícil ficar sem comunicação com o Brasil ou com a Silvia. O chip no Iphone não funcionou. No aeroporto em Portugal me recomendaram que tentasse o chip da Vodafone na Espanha. Na Espanha, era domingo e as tiendas estavam fechadas. A moça de uma tabacaria tentou colocar créditos, mas não deu certo. Buenas, day-off. Já hotel em Vigo perto da estação de trens foi fácil encontrar por aprox. 25 euros. O resto do dia em Vigo foi bom, dia lindo. Depois mandarei as fotos.

Caindo as fichas

Ainda não tirei fotos. Acredito que agora que as fichas das férias estão caindo. Diferença de horário entre Brasil e Espanha - 5 horas.
 
Achei meio ridículo eu pegar o bolinho que sobrou no café do avião. Mas santo bolinho. Me salvou no trem indo para Valência sem vagão de comida no trem. Isso e mais o chocolate que comprei no freeshop, escolhendo um doce para a Silvia. Hii, se a fome apertar muito, o doce dela também vai mandar lembranças.
 
 

 

Teste do Desapego: primeira perda

A primeira perda foi um tapa-olhos para dormir. Azul-marinho, ganhei da Cristina. Suspeito que foi parar nos olhos de um passageiro sentado a 2 poltronas ao lado da minha. Como não podia provar, aguentei o sono de 8 horas e alguns roncos, ZEN. Ommmmmm!

 

Planejamento

 

Falando deste meu lado certinho, não foi à toa que programei meu filho para 2014. Se a biologia e a medicina me ajudarem. Pedro já topou a parada. Isso foi depois de anos adiando a decisão dizendo, quando perguntada: - Daqui a 7 anos. E no ano seguinte: - Daqui a 7 anos. Até que a Silvia me pegou e falou que a minha matemática fecharia esta conta em lugar nenhum. 7, neste caso, seria um número hipotético, e não exato. Aí defini: aos 40 anos, em 2014, ano da Copa, quando teremos menos shows. Será?

Amigos pelo Caminho

 

Viagem é conhecer pessoas legais, outras nem tanto, mas estas a gente esquece fácil. Aline é de Londrina e me acompanhou de SP a Porto. Daiane/ Curitiba trabalha com Mkt de Produtos, saída do aeroporto até a estação de metrô que cada uma precisava chegar. Fiquei com vontade de passar mais tempo em Porto uma cidade limpa e muito simpática, com Daiane, mas foco, foco, foco (ainda estou muito nipônica no início da viagem): encontrar a Silvia com o mínimo de atraso (algo que já é difícil para mim).  

 

Outra pessoa simpática: um senhor de cabelos brancos (me lembra o meu pai) que me ajudou a chegar até a estação de trem e depois (por coincidência fomos para o mesmo lugar), ligou para os colegas para descobri como chagar a Foncebadón. Estou olhando a paisagem do trem e me parece que o interior de Portugal se parece com o interior do RS. Será saudades?

Coisa de Português ou de Brasileiro?

Eu já tinha despachado a bagagem direto pra Porto de Poa e já tinha o bilhete da TAM emitido, mas mesmo assim, em SP eu tive que entrar de novo na fila para emitir um novo ticket da TAP.
 
No avião da TAP, já indo para Porto, Aline, uma menina ao meu lado pediu água  para tomar com um remédio. Quando a Aline quis devolver o copo para a aeromoça que passava distribuindo os fones de ouvido, ouviu: - Vês algum cinto de utilidades para eu carregar mais este copo, ora pois?
 
Humor debochado logo compensado pelo carinho de outra aeromoça e pela paciência dos portugueses em explicar a uma brasileira perdida como chegar de Porto (Portugal) a Foncebadón (Espanha).
 

Saída Porto Alegre - 21.05.11

8h30min estava eu no aeroporto, quando foi anunciado que por causa da névoa, nenhum avião estava chegando ou partindo. O avião que eu pegaria nem tinha saído de SP ainda. O atraso foi tanto que só partimos às 14h30min. Sorte que a conexão era somente 18h15min. Mas este vôo também atrasou e só saiu 20h30min. Azar meu, sorte da Marinella que conseguiu chegar correndo no aeroporto para entregar um DVD para a Cristina e mais um bilhetinho para ela, para Silvia e para mim.
 

 

Santiago de Compostela e outros- 21.05.11 a 11.06.11

 

Fazer uma viagem no estilo vamos nos encontrar talvez tal dia, quem sabe tal hora, o que achas de tal lugar é um grande desafio para mim. A Silvita também é assim, mas como está há 20 dias fazendo o Caminho de Santiago de Compostela e eu iria encontrá-la, não existia outro jeito de marcarmos um ponto do tipo "vamos nos falando". A decisão final chegou quando eu já estava no avião: Dia 23.05.11, entre 14h e 15h, Foncebadón/ Espanha.

 

Este foi, provavelmente o motivo para eu estar tão angustiada ao sair de Porto Alegre, ao invés da leveza natural de início de uma viagem de férias. Palavra-chave desta viagem: desapego. Desapego aos objetos, à organização, ao meu tradicional jeito de ser e agir. Avante!