28 de fev. de 2009

Dicas para uma viagem inesquecível

- Quem ainda não conhece estes lugares, aproveitará mais se ficar: 2 noites em Montevidéo, 3 noites em Colônia do Sacramento e 3 noites em Buenos Aires. - Em Montevidéo, fiquei no Holiday Inn por ser central. Em Colônia, apesar de ser uma cidade pequena, opte por ficar no centro histórico – durante a noite faz toda a diferença. - Confira os horários, que podem ser diferentes do que estamos acostumados. Montevidéo estava 1h adiantado em relação à Porto Alegre – creio que ainda estavam no horário de verão. No hotel, o check in era 14h e check out 11h. - Levar peso uruguaio e peso argentino – caso pretenda ir para Buenos Aires. O dólar é aceito, mas dependendo da circunstância pode se perder muito na troca. Cartão de crédito é essencial. Traveler cheque, transtorno certo. - Levar casaco que também seja impermeável. Nunca se sabe o tempo que irá fazer nesta região. - Caso faça a viagem de ônibus – opte pela versão leito. Levei uma manta fina – foi bem útil. - Guarde 20 pesos uruguaios para sair de Montevidéo – cobram esta taxa na saída para o Brasil - Comprar o ticket para ir de barco para Buenos Aires no momento em que chegar na rodoviária de Colônia do Sacramento, nos postos da Buquebus (mais cômoda pois busca no hotel) ou Colônia Express (mais barata). Caso o posto esteja fechado, o porto fica ao lado. - Ler sobre a história da região. Isso enriquece o passeio e faz toda a diferença. Aí será fácil imaginar as senhoras com roupas esvoaçantes dançando nos salões das casas antigas e mais imponentes de outrora, bem como ouvir os soldados marchando pela Plaza Mayor. - Leve com você, alguém com quem queiras trocar experiências e já não falas há um tempo, ou que talvez nunca tenha tido uma real oportunidade de ter uma conversa mais aprofundada. Isso tornará esta viagem única.

Rio da Prata encanta



Rua dos Suspiros - tipicamente portuguesa


Gato na janela



Esqueleto de Baleia



Museo del Jamón

Em 1999, na Espanha eu muito procurei o Museo del Ramón (acreditando que era um museu histórico). Perguntei para todos, pois tinham me dito que era imperdível. Ninguém sabia onde era. Depois descobri que, na verdade, eu procurava o Museo del Jamón. Bares típicos de petiscos (tapas) que estão espalhados por toda a parte, com queijos e salames pendurados no teto. Achei engraçado encontrar este restaurante no Puerto Madero em Buenos Aires.

Uma estranha arquitetura

Roupas Colegiais



Contatos úteis


- TTL - empresa de ônibus (Poa – Montevidéo. Viagem dura 12h) 51.3342.6477. www.ttl.com.br
- Turil - empresa de ônibus (Montevidéo – Colônia. 2h30min) 062.24163. 24888 www.turil.com.uy
- Para encontrar várias opções de hotéis no Uruguai
www.visiteuruguay.com/hoteisuruguai/hoteiscoloniasacramento/hoteis.html
- Hotel Holiday Inn – http://www.holidayinn.com.uy/.
- Fiz a reserva de hotel em Montevidéo através do http://www.indooruruguay.com/.
- Posada Plaza Mayor Colônia – www.posadaplazamayor.com. É um bom hotel, bem localizado, mas com mais tempo, é possível encontrar opções tão boas e mais baratas.
- www.buquebus.com.uy – ferry-boat. Tem service de transporte que pega no hotel. Cobram mais.
- www.coloniaexpress.com – ferry-boat. Utilizei este serviço e foi ótimo (Colônia – Buenos Aires. 50 min)
- Restaurantes em Colônia: Pupería de los Faroles, Mesón de la Plaza, Lobo Restaurante, Club de Yachting Y Pesca – recomendo todos.

O tempo voa

Eu, com esta mania de visitar os lugares e guardar dinheiro, mapas e tentar utilizar anos depois, ao voltar ao mesmo local. Quando fui para Nova Iorque, em 2007, me encontrar com a Silvia, conforme havíamos combinado 10 anos antes, eu levei o mesmo mapa de metrô de quando fui em 1998. E, por causa dele, apesar de ter combinado há 10 anos e ter chegado 5 horas antes e ter começado a me deslocar para o local 2h de antecedência, eu consegui me atrasar 15 minutos (fiquei arrasada pois já tenho fama de atrasada). Fui me perdendo no metrô, com o meu mapa antigo. Afinal, ele era de antes do atentado do World Trade Center que, como todos sabem, desabou e isso acabou mudando a rota do metrô na região. Em Montevidéo, minha mãe entregou uma nota de 5 pesos que eu tinha guardado de lembrança de quando fui para lá, também em 1998. A pessoa devolveu, dizendo que não valia há mais de um ano. Minha mãe disse para o senhor que alguém tinha nos enganado, nos dando esta nota. Eu sussurrei: "Mãe, eu dei nota, eu "nos" enganei". Podem imaginar que, depois disso tudo, após minha mãe perguntar "o que era esse tal de traveler cheque" que ninguém aceitava, eu estava me sentindo meio ultrapassada e queria me atirar no Rio da Prata.

Diferentes pesos e medidas

1 dólar – 23,10 pesos uruguaios
1 real – 9,3 pesos uruguaios
1 dólar- 2,4 reais. Então é mais vantajoso trocar em dólar ou real...oh, dúvida cruel para quem está sem calculadora. Apesar do câmbio mudar rapidamente, 1 real é próximo a 10 pesos uruguaios. Quando minha mãe me deu 20 pesos para pagar sorvete, café, balinha e eu comentei que daria uns 50 pesos, ela se preocupou "meu dinheiro está acabando". Na verdade, estávamos falando de menos de 5 reais. Em Colônia aceitam o peso argentino. Em Buenos Aires, quando perguntados se aceitavam os pesos uruguaios a resposta era: "pesos uruguaios, no por favor..."

Mi Buenos Aires querido

Apesar de tudo, conseguimos passear pelo Puerto Madero (almoçamos lá) e demos uma olhada no centro histórico. Tomamos um sorvete Freddo. "Mucho bueno", como diz minha mãe, mesmo sem o café. E o passeio de barco também valeu a pena. "Très chic". O porto do lado Uruguaio podia ser melhor cuidado e no lado argentino poderiam ter casas de câmbio, como têm até nas rodoviárias. Por isso a recomendação é já trocar o dinheiro na rodoviária de Colônia.

Um tango argentino

Fomos para Buenos Aires de ferry-boat e ficamos meio perdidas com a questão dos pesos uruguaios e argentinos. Metade da tarde tentando trocar o dinheiro (incrivelmente não encontramos um lugar no Puerto Madero para troca de notas) e o resto do dia, como baratas tontas no meio do centro tentando comprar algo com o dinheiro trocado, podem imaginar. Como eu só estava com traveler cheques (em certo momento minha mãe perguntou – "o que são estes tais de travelers cheques que ninguém aceita"), tive até que encontrar um Banco do Brasil em plena Buenos Aires para poder trocá-los. Falávamos: "lá está a casa rosada", "olha que prédio antigo lindo", "esta avenida larga lembra Madri", "Buenos Aires realmente tem um ar europeu", mas o foco era em achar logo uma "tienda" na Rua Florida para gastar nossos "tostones". Digamos que as compras poderiam ser melhores, se feitas na Rua da Praia. Sem foco para o que realmente era importante, entramos em um "círculo vicioso" - fato que ocorre freqüentemente no cotidiano de qualquer pessoa mas, naquele momento, perdemos a chance de aproveitar melhor nosso olhar de estrangeiras.

Restaurantes refinados

Comida boa, infalíveis pãezinhos com "mantequilla", música ao vivo de bom gosto. Eu não tirei foto com o Thiago Lacerda na viagem para SP como a Marinella, mas em um restaurante de Colônia fui obrigada a tirar foto com o músico local, porque minha mãe comprou o CD dele e queria mandar a foto para uma amiga. Na foto pareço estar dizendo: "saída estratégica pela esquerda!" Atenção que em terras de colonização espanhola, os deliciosos pãezinhos não são cobrados, mas sim os "cubiertos", ou seja, os talheres, a toalha...já a "propina" (gorjeta) do garçom, paga-se à parte.

Uma caminhada no tempo

Todos os museus e espaços culturais podem ser visitados à pé em uma tarde. O Pedro sempre me recomenda ler sobre a história dos lugares para onde viajo (lembrem a história do mofo). E ele tem total razão. O olhar muda completamente quando conhecemos um pouco mais sobre o local. Esta dica é para os amigos que estão organizando comigo a viagem para o México. Vamos começar a ler sobre lá, pessoal. Na catedral da cidade fica claro que parte da construção é portuguesa e parte espanhola. Um farol com escadarias estreitas encontramos um colega de pós-graduação e sua esposa. Eles parecem ter se divertido com as caras "apavoradas" que eu e minha mãe estávamos fazendo - fora o vento, o frio, a chuva, a altura (nem é tão alto assim hehe), a vista estava ótima. A arquitetura e os altos preços das refeições lembram um pouco Paraty – RJ, para quem já conhece. Marinella e Vanessa, vocês adorariam conhecer Colônia, pois também tem traços da Antigua Guatemala, só que um pouco mais confusa e menor. O pôr-do-sol maravilhoso, com certeza rivaliza com o do Guaíba em Porto Alegre. Cristina e Piletti, é bom passeio de casal, recomendo.

Colônia do Sacramento – pedras portuguesas x espanholas

Cidade fundada pelos portugueses e trocada com os espanhóis pelas Missões após várias guerras, é um lugar onde estas diferenças aparecem claramente e, ao mesmo tempo, se unem em uma arquitetura de 300 anos. A Posada Plaza Mayor tem esta idade e, por mais que nos perdêssemos, sempre acabávamos parando no nosso hotel. Cheiro de mofo: Sim, um pouco. Mas como diz o Pedro, o pior mofo é o que está no cérebro e não nos livros e na história.

Sol e chuva, casamento dá viúva. Chuva e sol, casamento do caracol (falando nisso não perca Caracoles, o novo blog da Marinella)

Faltou na mala guarda-chuva e uma japona para o surpreendente frio platino em pleno verão. Fotos de Montevidéo.

Receita infalível

No meio de sua sonolência, minha mãe descobriu uma receita que a acompanhou durante toda a viagem: café + sorvete. Ela garante que é uma técnica infalível para levantar o humor. Café acorda e sorvete refresca. Faz sentido. Mas os dois juntos? Não perca: Sorvetes Freddo, almoço no Mercado del Puerto, Chivito

City tour

Montevidéo destaca-se pelos prédios antigos, a rambla e uma estranha melancolia. Passeando pela cidade, acabamos por topar com o Teatro Solis: uma senhora cantando ópera, estava recepciondo o público – um momento divertido, pois devia ser um ensaio ou algo do gênero. No city-tour, um guia engraçado fez parecer que todos os acontecimentos importantes estavam relacionados com o Uruguai. Versão "Forrest Gump" de um país. Apesar das piadas, volta-e-meia cochilávamos de cansaço.

Lian Gong

Após tanto tempo no ônibus e com um dia cheio te esperando, a melhor receita é praticar o lian-gong, uma ginástica criada por um médico chinês que mistura artes marciais, tai chi chuan e exercícios para a terceira idade. Era exatamente o meu estado após uma viagem como esta.

Chegada a Montevidéu

Além de uma poltrona semi-leito que detonou nossas costas, um celular nos atormentou durante toda a madrugada. O passageiro o perdeu em um lugar inacessível, na lateral do banco, e não conseguiu mais recuperá-lo. Às 5h da manhã o celular começou a tocar. E não parou mais. A irritação só passou quando lembramos que no outro lado da linha devia haver uma pessoa preocupada...ou sem noção. Apesar do cansaço, como minha mãe não conhecia Montevideo e ficaríamos apenas uma noite, a idéia era aproveitar bem o dia.

Ônibus sem paradas

Fomos de semi-leito e voltamos em ônibus leito. Sugestão: paguem um pouco mais e optem pelo ônibus-leito. Faz toda a diferença conseguir dormir em uma viagem de 12 horas. Lembrem de se alimentar antes ou levar algo para comer. O que oferecem a bordo, nem sempre supre a fome e não têm paradas estratégicas no percurso.

Conversa de rodoviária

Estávamos nos despedindo do meu pai: - Pai, cuida bem da Vivi (a cachorrinha da minha mãe) - Tá, e tu cuida bem da Mamãe. Apesar do estranho diálogo, o trato foi feito.

Calotas polares

Este conselho do meu pai me lembrou de outro, há muitos anos atrás, bem antes de todos estarem falando sobre o derretimento das calotas polares: sugeriu que comprássemos um apartamento em um andar bem alto, caso inundasse tudo. Talvez por isso sempre que a gente está longe, a primeira pergunta dele é sobre o tempo.

Arrumando as malas

Meu pai e minha mãe tendo uma conversa, enquanto ela arrumava as malas: - "Pegou daquilo lá?" E meu pai aponta para uma estante cheia de sacolas e apetrechos do gênero. - "Sim, peguei 3 ou 4" . Responde minha mãe se referindo a sacolas plásticas. - "É bom levar bastante, pois em locais isolados, à noite, fazendo muito frio e esperando ajuda, é bom para enrolar no corpo todo e no braço, caso esteja sangrando." Meu pai estava se referindo a 3 ou 4 rolos de filme pvc que seriam úteis em caso de acidente?!? Minha mãe trouxe pelo menos um rolo de pvc. E, apesar de rirmos muito, acreditem, utilizei ele. Não em um acidente, ainda bem, mas para não molhar os pés, já que choveu muito e optei por não levar o guarda-chuva.

Uma lição “inolvidable”

Aproveitar toda a oportunidade para falar o que é importante, não deixar para outro momento. Quem perdeu uma pessoa querida, sem ter a oportunidade de conversar tudo o que gostaria, sabe do que estou falando. Depois tentamos compensar com um monólogo para o espelho, para um amigo ou para um terapeuta. Tudo o que fazemos é para nós, por mais "filantrópica" que esta ação possa parecer. Ter esta certeza evita que se espere, infantilmente, um agradecimento ou "re-conhecimento" de nós mesmos, através do olhar alheio, o que muitas vezes não chega da maneira como idealizamos. E, ao mesmo tempo, ao "dar o máximo de si", naturalmente acabas ajudando ao outro.

The Art of Motorcycle Maintenance – Robert M. Pirsig

Talvez o fato de eu estar lendo este livro - onde o protagonista e seu filho percorrem os EUA de motocicleta, realizando ao mesmo tempo uma viagem interior - tenha influenciado o tom deste passeio. Consideradas as devidas proporções, eu e minha mãe conversamos muito sobre a nossa história e tivemos alguns "insights" que, por si só, já valeram a viagem. Falando da família, sentimos muitas saudades de todos e pensamos que seria incrível tê-los conosco ali - ficou para uma próxima vez.

Um passeio histórico pelo Rio da Prata

Tinha tudo para dar errado, pois foi uma decisão de última hora e eu queria ir para um lugar que ainda não conhecesse de outros Carnavais. Como a correria era grande, a sugestão do Pedro (meu namorido) foi essencial: Colônia do Sacramento, no Uruguai. Me atraiu pela facilidade, pelos preços e por ser um circuito que fugia do convencional, Porto Alegre – Montevidéo – Colônia – Buenos Aires – Colônia – Montevidéo – Porto Alegre. A agência de viagens me retornou dizendo que não tinha mais vagas nos hotéis, mas valeu a pena insistir e tentar direto na internet. Como o Pedro estava trabalhando e minha mãe quis ir junto, lá fomos nós, para o que acabou se tornando uma viagem familiar (percepção que a Marinella teve, antes mesmo que eu me desse conta).

4 de fev. de 2009

Duchess of York

Acabo de apertar a mão da Sarah Ferguson, duquesa de York! Ela veio aqui na PBS mostrar o livro infantil e discutir possibilidades de trabalhar conosco. Muito simpática e muito elegante!

Foto aqui.

Este é um post não-autorizado, acho, já que não é mais sobre o Obama. Deixo as donas da casa à vontade para apagar se assim desejarem...