22 de dez. de 2008

a volta

Aeroporto lotado, fila da Webjet imensa.
Eu me viro pra Noemia e digo pra não se preocupar que logo ouviremos alguém dizer "passageiros do vôo das 15h30, por favor dirijam-se à esquerda". Dito e feito: um funcionário da empresa se aproxima de nós, pergunta qual é o nosso vôo e nos manda ficar atrás da moça à esquerda. Digo à Noemia: "Bah, to ficando boa nisso!"
A moça da frente se vira e comenta comigo: "Tu é sortuda, né?"Eu: "É, parece que sim".Ela: "Foi tu que passou pra pista vip, não foi?"
Pois sim... Oitenta mil pessoas no estádio e a pessoa que estava lá ao lado vem parar na nossa frente na fila do aeroporto.

jardim botânico ou ibirapuera?



Uma outra idéia que tínhamos para a manhã de sábado era passear no Ibirapuera. Sobre esse assunto, vale registrar o diálogo de Noemia com o taxista:

- Melhor o Ibirapuera ou o Jardim Botânico?
- O Ibirapuera, é claro.
- Por quê?
- Porque tem mulher bonita.
- E o Jardim Botânico?
- Ah, lá só tem planta.

josé paulino

Manhã de sábado, dia 20 – Tomamos café no hotel e fizemos programa de índio. Queríamos passar na 25 de março ou na José Paulino. Fazer umas comprinhas... Nosso passeio se resumiu a uma correria para chegar lá, pisar na José Paulino e sair sem comprar nada pra não perder o vôo. Ainda pegamos um táxi de volta até o hotel e certamente fomos enroladas.

cruise e nicole

Sobre esse assunto "celebridades", o Pedro contou duas ótimas: Diz que o Stanley Kubrick uma vez recebeu o roteirista do De olhos bem fechados (ou um outro alguém) todo bobo em sua mansão: "Sabe quem acabou de sair daqui? TOM CRUISE E NICOLE KIDMAN!".
Pois é, o Stanley Kubrick...

Outra: o George Michael diz que de vez em quando faz faxina em casa e costuma pensar "será que o Prince também faz isso?"

Calígula

Noite de sexta-feira, 19 - Do Zaffári, fomos ao Teatro Sesc Pinheiros para ver o Calígula do Thiago Lacerda. Encontramos o gerente do futuro teatro do Bourbon, o Darson, amigo da Noemia, que ela havia convidado para assistir à peça com a gente. Também encontramos o Cláudio Fontana, produtor do espetáculo, e o Sílvio Abreu. Desta vez, já mais preparada, não me agitei.

O espetáculo – A peça, de Albert Camus, com direção do Gabriel Villela, é dividida em três atos. Se me perguntarem o que aconteceu no primeiro, não saberei responder. Nos seguintes, melhora muito. Dois atores, Jorge Emil (Patrício Romano/Mucius) e Magali Biff (Cesônia), na minha leiga opinião, roubam a cena. O Thiago tem altos e baixos, mais altos a partir do segundo ato. Algumas gracinhas me pareceram desnecessárias, mas de forma geral, gostei. Na história, o Calígula comete todo tipo de crueldades do mesmo modo que os deuses teriam feito com ele ao tirarem a vida da sua amante e irmã, Drusilla.

Depois do espetáculo, fomos aos bastidores porque a Noemia precisava apresentar o projeto do teatro do Shopping Pompéia. Atores e produtores ficaram empolgados. Enquanto ela falava com o Thiago, eu fiquei quietinha, só olhando. Bonito e querido de doer. Comendo uva. A Noemia mencionou o teatro do Bourbon em Porto Alegre, disse que era perto do Shopping Iguatemi. "Aquele perto do Beira Rio?", quis saber ele. "Não", disse eu. "Aquele é o Praia de Belas". Ah, é mesmo... Quando o papo terminou e ele nos deu beijinhos, pedi pra tirar uma foto. O Cláudio Fontana se ofereceu pra fotografar, muito solícito.

Nos dirigimos para a saída Noemia, Darson e eu, e aí suspirei. Atrás de mim, veio o Thiago. Se eu fosse jornalista de fofocas já tinha uma chamada: "Thiago Lacerda diz que terminará seus dias em fazenda no Rio Grande do Sul". Ele adora o Estado, fez muitos amigos aqui e toma chimarrão todos os dias. Não acreditamos e ele jurou por deus. Assim foi nosso papo no corredor escuro até a porta. Ao abri-la, luzes e gritedo feminino. "Thiagoooo!". Tomamos o nosso rumo. Ele ficou!

zaffari

É muito curioso: o Zaffari em São Paulo foi obrigado a colocar acento no primeiro "a" porque os paulistas insistiam em pronunciar Zaffári. A Noemia contou que, quando a Ivete Sangalo esteve em Porto Alegre, ela citou o "Zaffári" como patrocinador e o Gigantinho inteiro gritou: "É ZÁAAAAFFARI".

Que comercial de tevê daria essa cena, hein? Procurei no Youtube, mas não achei nada.

Contei o episódio pra moça do caixa e ela disse que mãe dela ainda fala que a filha trabalha no "Zaffári". Imagino que deixarão o acento até os paulistanos se acostumarem, depois um dia ele cai.

A propósito, paguei minhas compras com o cartão Banrisul.

noemita em ação

Da Oscar Freire, fomos para o Shopping Bourbon Pompéia, onde a Noemia tinha uma reunião de trabalho. O Zaffari, em parceria com a Opus, está construindo um teatro no local – tipo o do Bourbon Country, em Porto Alegre. Deve ficar pronto em abril de 2009.

Enquanto ela trabalhava, fui até o Zaffari. Me senti em casa.

romero britto

Modelo vivo e a obra.

oscar freire

Sábado à tarde, o Pedro voltou para Porto Alegre, e Noemia e eu fomos passear na Oscar Freire - a Padre Chagas paulistana. Na foto, sorvete da Häagen Dazs.

Interior da igreja

Aproveito para publicar uma matéria interessante:

Sob altar-mor da catedral da Sé, cripta exibe esculturas e tumbas

ROBERTO DE OLIVEIRA, da Revista da Folha
Seu morador mais ilustre tem um nome curioso: "príncipe da terra", em tupi. De terra, parece que entendia. Foi ele quem escolheu o terreno onde se ergueu um dos mais importantes símbolos de São Paulo, a catedral da Sé, antes mesmo da fundação da cidade. Nada mais justo que tivesse lugar cativo ali. O cacique Tibiriçá acumulou ainda outros títulos em vida e pós-morte. Ele foi um dos primeiros índios a ser catequizado pelos jesuítas. E estreou, com seus restos mortais, a cripta subterrânea da catedral Metropolitana. Seu túmulo é o mais procurado por católicos, crentes de todas as religiões, agnósticos e ateus. Escondida a alguns palmos abaixo, por onde passa a linha imaginária do trópico de Capricórnio, bem no coração da cidade, a cripta é uma verdadeira igreja subterrânea. São duas entradas, à direita e à esquerda, praticamente escondidas, debaixo do altar-mor de um dos maiores templos góticos do mundo --a Sé tem capacidade para até 8.000 pessoas. Mas apenas uma parcela pífia dos visitantes que circulam pela catedral diariamente (cerca de 5.000 fiéis e infiéis) se aventura em conhecer a cripta. Aproximadamente 70 pagantes, a expressiva maioria formada por turistas norte-americanos, asiáticos e europeus, percorrem o mausoléu diariamente, com exceção das terças, quando o local é fechado ao público. Não importa a religião. Até mesmo os mais céticos dos visitantes acreditam que ali debaixo exista uma passagem secreta que liga a catedral a outras duas igrejas paulistanas, a de São Francisco e a de São Bento, alimentando uma das mais folclóricas lendas urbanas do centro histórico. "Tem gente que bate na parede para ter certeza de que ela não tem um fundo falso", conta a guia Vera Regina Gomes, 50. Quatro anos atrás, quando começou a monitorar as visitas, Vera vivia com as canelas roxas, de tanto tropeçar na coluna localizada à frente do painel de iluminação da cripta. "Dava até um medinho", lembra ela. O caminho continua sendo feito às escuras, mas a guia já se adaptou à vida do salão subterrâneo. Martírio de Jó - Lá embaixo, as escadas, assim como as colunas, são de granito. O piso é de mármore de Carrara, em preto-e-branco. O teto, repleto de arcos com tijolos, segue o mesmo estilo gótico da Sé. Bem atrás das escadas, há uma câmara funerária entre o mausoléu, em relevo de bronze, de Tibiriçá, e de Diogo Antônio Feijó, ministro da Justiça e regente do Império. Construída em 1700, ela foi usada na cerimônia de chegada dos restos mortais do "morador" mais novato da cripta, o padre Bartolomeu de Gusmão (1685-1724). O inventor de um tipo de balão conhecido como passarola foi transferido do Museu da Aeronáutica para lá, em 2004. Em volta de toda a área das naves encontram-se as câmaras mortuárias de 16 sacerdotes que atuaram como bispos e arcebispos da cidade de São Paulo. A grande maioria foi levada para lá na década de 30. Os túmulos estão dispostos de forma cronológica de falecimento. Nem todos os jazigos estão ocupados. Ainda restam 14 monumentos fúnebres vagos. Nas duas laterais centrais da cripta, duas esculturas em mármore: Jó, o afligido do Senhor, e São Jerônimo, ambas assinadas por Francisco Leopoldo, irmão do arcebispo dom Duarte Leopoldo e Silva, responsável pelo início das obras da Sé. Dom Duarte também está enterrado no mausoléu. A cripta quase foi destruída pela falta de conservação, umidade e infiltração, acumuladas durante anos. Até pichação tinha. Os restauradores encontraram os túmulos esverdeados, de tão sujos. As inscrições das lápides estavam ilegíveis, muitas letras foram roubadas. O salão foi recuperado durante o processo de restauração da igreja, entre 1999 e 2002. Uma equipe formada por 12 profissionais passou dois anos cuidando do lugar. Foi naquela época que encontraram um Cristo de madeira, de 1773. Recuperada, a imagem está em frente à entrada esquerda da cripta, ao lado do altar-mor. Muitos fiéis costumam acender velas em frente a ele, de costas para a cripta, ignorando que, a poucos passos dali, há uma outra igreja a ser descoberta. Raio-X da cripta
Área: 619 m²
Pé-direito: 7 m
Abriga: restos mortais de 16 bispos e arcebispos de SP
Lugares (sentados): 56
Visitas monitoradas: de quarta a segunda, das 9h às 17h (suspensas quando há missas das 12h às 13h)
Duração: 30 minutos
Ingresso: R$ 4 (crianças até sete anos não pagam)
Onde fica: catedral da Sé, praça da Sé, s/nº
Informações pelo tel.: 0/xx/11 3107-6832

Catedral da Sé

Seguindo pela Liberdade, fomos parar na Catedral da Sé.

Em frente à catedral, está localizado o Marco Zero da cidade: a partir dele, contam-se as distâncias de todas as rodovias que partem de São Paulo.
"O pequeno monumento de mármore em forma hexagonal, construído em 1934, traz um mapa dessas estradas. Cada um dos seus lados representa simbolicamente outro estado brasileiro: o Paraná por uma araucária; o Mato Grosso pela vestimenta dos Bandeirantes; um navio representa Santos; o Rio de Janeiro é lembrado pelo Pão de Açúcar e suas bananeiras; Minas Gerais por materiais de mineração profunda e Goiás por uma bateia, material de mineração de superfície".

sushis

Aí está o nosso almoço. Muito bom. Depois, comemos picolés japoneses da marca Melona.

Adoro sushi, sashimi, essas coisas todas. Já os doces japoneses... Onde já se viu doce de feijão, mousse de chá verde...

Doce tem que ter chocolate, açúcar, creme de leite.

restaurante japonês

Almoçamos num restaurante muito típico descoberto pelo Pedro. Na entrada, uma senhora que só fala japonês recebe os fregueses. O nome é Kidoairaku. Rua São Joaquim, 394.

Liberdade

Depois do café, vamos passear no bairro da Liberdade. Não há muito o que fazer. A não ser peregrinar pelas lojinhas de produtos japoneses.

Pós-show

Sexta-feira, dia 19 – Acordo mais cedo que o previsto. Tínhamos combinado de nos encontrarmos às dez. Aviso a Noemia e o Pedro que estou no shopping. Logo eles aparecem e tomamos café. Vou até a FNAC e envio a foto do Ronaldo pras Vanessas terem notícias fresquinhas já na sexta de manhã J

21 de dez. de 2008

Poderosa

Vou encerrar por hoje com uma foto da Madonna. Amanhã posto mais...
Beijos!

Guilhermina

Guilhermina se aproxima, simpática.
- Você é muito linda, muito linda, Guilhermina - diz a loira à minha frente.

E assim que a Guilhermina se vai:
- Já vi ela de maiô e sem maquiagem. Não é nada disso.

Giane Albertoni

A gota d'água: balas para os fãs!

Conversa travada entre os companheiros de poleiro quando da chegada de Giane Albertoni:

- É a Yasmin. A Yasmin!
- Que Yasmin?
- A Yasmin Brunet. Filha da Luísa.
- Como é linda a Yasmin.

Fernanda Young

Lépida e faceira, um chope em cada mão

CQC

Antes do show e do camarote, Noemia fala com um bonitinho. Me apresenta dizendo a ele que eu consegui entrar. Depois me explica que, assim como ela, ele também estava tentando passar um amigo pra pista vip, mas não conseguiu. Só depois é que fui me dar conta que era o carinha do CQC (não sei o nome dele, as Vanessas devem saber), o mesmo que eu tinha fotografado pouco antes, quando ainda estava no poleiro da pista pobre. Querido ele, mais bonito pessoalmente do que na TV.

No camarote

Depois do show, a Noemia conseguiu me fazer entrar no camarote da Renner. O acesso à pista não garantia acesso ao camarote. Mas, se eu não tivesse entrado na pista, ela não teria conseguido me fazer passar. Cada uma fez a sua parte ;)

À minha frente está a Raica, um bebê, bem novinha. Perco o foco, quero fotografar tudo, mas fica chato. A Noemia me olha atravessado. Está preocupada. Teme que eu dê algum vexame. Mesmo assim, me diz no ouvido pra caminhar até a entrada e espiar quem está ali. Ronaldo Fenômeno. "Fica até chato eu não pedir uma foto", digo a mim mesma. Mas ninguém tira fotos. Arrisco, saco a máquina fotográfica e peço para uma moça fotografar. O Ronaldo interrompe a conversa com Álvaro Garnero e Caroline Bittencourt (aquela que a Daniela Cicarelli proibiu de entrar no casamento) e posa contrafeito. Guardo a máquina. Como alguns petiscos pra me distrair e ocupar as mãos, peço uma caipirinha de maracujá. Me sento no sofá. Uma modelete espalha um fumacê à minha volta. Abano e afasto a fumaça. Ela se levanta e sai. Um bonitinho ao meu lado, alheio à cena, pergunta se tenho um cigarro. Digo que pra sorte dele não tenho. Ele não quer a minha opinião. Olha em volta à procura do cigarro. A Noemia aparece e fala pra irmos embora. Pondero se não seria interessante ficarmos mais um pouquinho... Ela é taxativa, o Pedro está esperando. Vamos embora, a festa já estava ficando desinteressante mesmo ;)

Dupla dinâmica

Depois de alguns desencontros, só alegria!

Drags

Encontrei essas primas da Madonna na pista! O show estava ótimo! Lotado e dançante.

Very important people

Pouco lindo, hein? Esse sim...!! Da pista VIP da Madonna às coxias do Sesc-Pinheiros, foi um fim de semana pra tirar qualquer um do sério. Nem sei por onde começar... Melhor pelo começo:

Manhã de quinta-feira, 18 de dezembro – Noemia e eu embarcamos no vôo das 10h10 da Gol rumo a São Paulo. A Noemia tem um kit com direito a ingresso, camiseta e acesso aos camarotes vip. Eu tenho um ingresso para a pista comum. Quer dizer, na verdade, não temos nada em mãos, precisamos chegar lá e pegá-los, cada uma num local. O Pedro, marido da Noemia, já está em São Paulo, mas não vai ao show. Ele espera no hotel.

Chegamos a Guarulhos por volta das 13h e decidimos comer no aeroporto mesmo, enquanto aguardamos o ônibus da Gol que nos leva a Congonhas de graça. A idéia era almoçar com o Pedro, mas não dá tempo. De Congonhas, vamos para o hotel de táxi. A Noemia e o Pedro ficam por ali, mas eu largo minhas coisas e parto para o estádio do Morumbi de ônibus. A todo momento, a Mirella me manda torpedos, Diz que está vendo a fila pela Globonews.

Começo a me perguntar o que estou fazendo ali, não se pode recuperar o tempo perdido. Penso, em seguida, que não é hora para pensamentos negativos. Mas pensamento não se controla. E assim vou pensando e olhando e esperando que os portões se abram. Mando torpedos para a Noemia. Cadê ela? Por que não vem pra cá? Que graça tem ficar ali sozinha? Ok, há apenas umas 30, 40 mil pessoas em torno do estádio. Helicópteros. Veículos tocando músicas da Madonna. E há o celular. "Vem pra cá, Noemia". Ela não vem. Está presa no trânsito, fico sabendo depois. Só aparece às oito (era para o show começar nesse horário, mas atrasou duas horas). A minha fila anda e finalmente entro no estádio. Circulo um pouco e acho um canto para mim. À esquerda de quem olha para o palco. Aviso a Noemia por celular. Quase na hora ela finalmente me manda um torpedo dizendo que chegou. Tentamos nos achar, mas não conseguimos. Avanço mais para frente, digo que quero achar uma amiga e me empoleiro na divisa da grade que separa a pista vip da pista pobre (pobre, mas a 300 reais). O pessoal não gosta, mas aceita. "É por pouco tempo. Já vou sair. Assim que avistar a minha amiga". Não avisto nunca. Começa um desfile de celebridades à nossa frente. Karina Bacchi, Guilhermina Guinle, Fernanda Young, Sabrina Sato, Gabriela Duarte, Cris Couto, Paula Lima, Álvaro Garnero, Caroline Bittencourt, Leandra Leal, Giane Albertoni. A cada um que passa, o pessoal grita, pede que se aproximem e eles vêm, sorriem, posam para foto. Vou sendo cada vez mais espremida, mas o que importa? Agüento firme. Preciso achar a Noemia. Ela precisa me ver! "Noemia, me tira daqui!". Nada da Noemia. Uma loira rancorosa grita impropérios para os anônimos da pista vip, berra "linda, linda" pras famosas, mas se elas não se aproximam troca os elogios para "vadia" e "maria-chuteira". Me equilibro na ala pobre. Nada da Noemia. Começo a me irritar. Decido que se ela não aparecer, eu desapareço depois do show e no dia seguinte também. Sei que estou errada. Sei que ela está me procurando. Sei que estava preparada pra me divertir fosse onde fosse. Mas uma coisa é o que se sabe, outra coisa é que se sente. Saber que a Noemia está circulando tranqüila e faceira entre os chiques e famosos enquanto me empoleiro na grade tentando achá-la acaba com o meu pensamento racional. Que importa se estou no show da Madonna? Que importa se enxergo todo o palco dali? Aaaah. Não falo mais com a Noemia!! Decisão tomada, ouço o meu nome. É ela, me achou!! O rancor se vai. Combinamos de eu ir mais pro canto logo que comece o show. Lá haverá mais espaço e estaremos próximas, mesmo que uma de um lado e a outra de outro. Me acalmo, decido ficar mais um pouco. Noemia some. Me distraio com as celebridades e os comentários maldosos à volta. Eis que Giane Albertoni se aproxima, faz pose e nos atira balas. É a gota d'água! Ora, balas. Decido que é hora de sair dali. Melhor achar um lugar onde eu possa dançar e aproveitar o show. Me afasto, liberando espaço para outra macaca de auditório, caminho para o extremo esquerdo e então a mágica acontece. O segurança está dizendo "só passam dez" e eu não sei quem são os dez, simplesmente passo e me vejo na pista vip. Olho em volta, me belisco, sorrio sem entender o que aconteceu e sigo em frente. Ninguém me barra, ninguém me chama. Decido fazer a prova final. Caminho até os colegas de poleiro e desfilo com ar blasé. A reação é imediata. Gritos, xingamentos, inconformismo. Estou mesmo na vip! Eles estão furiosos, gritam pro segurança que não tenho pulseira. Ele os ignora. Manda se aquietarem. "TÔ NA VIP!", escrevo pra Noemia. Por meus próprios méritos! Logo ela aparece. Pergunta o que fiz. Eu digo que nada, nem sei. Ela se acalma ao saber que não pulei a grade. Rimos muito, admiramos o estádio lotado. O show está prestes a começar...!!!